A militant church

Righteousness and justice are the foundation of your throne; love and faithfulness go before you.

The comprehension of God’s Kingdom comes to us as the Spirit of the Lord draws our attention to the bases of his nature. The psalmist starts off by pointing out four cornerstones of the Gospel: righteousness and justice; love and faithfulness. Some versions bring: “… love and faithfulness go before your face.”, highlighting that a primary knowledge of God happens to be by his unspeakable mercy and bounty.

When God established to spread his Kingdom to the earth, he first sent out John the Baptist, a voice in the desert announcing: “Prepare the way of the Lord; make paths straight for Him.” John came and couldn’t count on many people’s good will; then the Kingdom came officially with God’s triumphal entrance in his rebelled possessions (he who reads, let him understand), scattering the good seed by the preaching of the gospel, which began much earlier to Abraham, when God said: “In you all families of the earth shall be blessed”.

At that time, when finally the unquenchable fire of the Holy Ghost was given away according to the measure of faith each one showed, God established his Church over the earth, his own body that we have been given. He sent it out with a clear commandment to cast bread upon the waters, in order to find it after many days. Therefore, since Christ rose from the dead, we who are his living body on the earth have received an order to spread the bases of the kingdom, the love and faithfulness which the psalmist foresaw. Our work in this world is to let people know the incomparable mercy and bounty God has given to them, so they can be called his children.

The second face of the His throne – allow me to use this expression -, the righteousness and the judgement aforementioned are yet to come. The Son of Man shall come back as the Prince of Peace, riding a white horse, with a voice of archangel, eyes like a blazing fire, dressed in a robe dipped in blood, and a writing in his thigh: KING OF KINGS AND LORD OF LORDS. The church must comprehend we are in the interstice of both moments, enduring the last pains, proclaiming a foreigner domain that this world cannot understand.

Our days are an analogue to Israel before the Red Sea. In one side, the furious Egyptian army is about to pour its wrath over us – it stands for secularism, incredulity and skepticism assaulting the Lamb’s Bride; in the other, a fierce sea that prevents us from keeping on our walk – a whole world covered by spiritual blindness, pain and sin. There is no time for conjecturing, for God’s Kingdom does not consist in words, but in power. God’s kingdom consists, above all else, in attitude; we live the imperative gospel, the one which states: go, preach, believe, help the poor, guard your faith. Christianity is all about life, action, militancy, not trash talking. When the fullness of times comes, this commanding gospel will be replaced for a non-temporal one:

“See, I make new heaven and earth.”

“… no more death, neither sorrow, nor crying, neither any more pain: for the former things are passed away.”

By  prayers, and the preaching of the gospel, and the breaking of the bread the Lord’s way back shall be prepared. The Church must stretch out its hand to feed and to preach, to aid and to thank, for men does not live on word alone, but on every bread that comes from the hand of God’s servants. Ultimately, the Church must be active in the day named today, here and forevermore.

Sobre erros, medos e recomeços

O Senhor sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos. (Salmo 145.14)
Difícil pontuar outra temática mais recorrente nas Escrituras que o binômio queda-restauração. Não começa nossa história com a queda do homem, a injustificável rejeição à ordem inerente que Deus determinara, e as funestas consequências sobre todos os homens desde então?
Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Romanos 5.12)
Perseguir a trajetória humana desde a fundação do mundo até os dias de hoje pode ser entristecedor. Ver como o pecado é recorrente… Como o erro se multiplica de modo incansável – como uma doença. Um moto perpétuo.
Um abismo chama outro abismo, ao ruído de suas cataratas. (Salmo 42.7)
É como se tudo houvesse fugido ao controle… Um pequeno passo rumo ao precipício. O erro que esperávamos passar despercebido, mas que ganhou proporções tão amedrontadoras que nos dominou. E lançou toda a Terra numa escuridão fria e densa, sem data para acabar.
Por isso a terra se lamenta, e todo o que nela mora desfalece, juntamente com os animais do campo e com as aves do céu; até os peixes do mar perecem. (Oseias 4.3)
Não foi por falta de tentativas que não conseguimos. Houve – e ainda há – muito que tentaram consertar tudo… Não puderam. Como cegos guiando outros cegos, caíram todos no barranco. De tal modo enegreceu-se o céu, e amargos se tornaram os dias, seca e estéril a terra, que nada mais pudemos fazer. Como o aprendiz de feiticeiro de Goethe, não conseguimos nos livrar dos espíritos que invocamos.
Até quando serão eles incapazes de alcançar a inocência? (Oseias 8.5)
Não é que não consigamos fazer o bem; é que jamais deixamos de fazer o mal. Como uma criança que se nega a dar a mão ao pai, e rompe numa corrida desajeitada rumo ao perigo desconhecido, assim O deixamos. Pensamos que nossas pernas destreinadas dariam conta da empreitada. Mas só notamos a falta de treino quando o sangue já escorria pelo asfalto.
Lavrastes a impiedade, segastes a perversidade, e comestes o fruto da mentira, porque confiastes no vosso caminho, na multidão dos vossos valentes. (Oseias 10.13)
Parecia fingimento, mas Ele não estava irado. Queria levantar-nos, bater a poeira, tratar os cortes, perguntar se estávamos bem. Mas toda aquela bondade nos irritava… Não somos crianças.
Todavia, eu ensinei a andar a Efraim, tomando-os pelos seus braços; mas não conheceram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento. (Oseias 11.3,4)
Agora o dia escurece a galope, o sol se pondo ao longe, e uma grande saudade nos assalta. Medo, orgulho, ódio… v-e-r-g-o-n-h-a. Onde Ele estará? Fica frio aqui. Já é tarde. Logo virão os homens maus, e não temos onde nos esconder.
Eu os remirei da violência do inferno, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, o teu aguilhão? (Oseias 13.14)
O Seu juízo é como um teto incendido; Seu pesar, como carne viva e dilacerada; Seu amor, como as águas que cobrem o mar.
Está comovido em mim o meu coração, todas as minhas compaixões a uma se acendem. Não executarei o furor da minha ira, nem voltarei para destruir a Efraim. Porque eu sou Deus, e não homem, o Santo no meio de ti. (Oseias 11.8b-9ab)
O amor tudo espera, mas o juízo nunca tarda. Não há tempo para indecisões… É preciso voltar, é preciso voltar agora ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Não sabíamos que nos amavam. Não entendíamos que nos curavam. Tomamos misericórdia por escárnio; cuidado por opressão. Erramos, sim, erramos demais. Haverá esperança?
Vinde, e tornemos ao Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos sarará; fez a ferida, mas a ligará. Depois de dois dias nos dará a vida; no terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. (Oseias 6.1-2)
Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus. Pelos teus pecados tens caído. Tomai convosco palavras, e voltai para o Senhor. Dizei-lhe: ‘Perdoa toda a iniquidade, e aceita-nos graciosamente. (Oseias 14.1-2)
E aquele que primeiro nos amou, rejeitaria a nós agora? Poderá sarar as feridas que são obras de nossas mãos?
Eu sararei a sua apostasia, eu voluntariamente os amarei. Eu serei para Israel como o orvalho; Eu te ouvirei e cuidarei de ti. (Oseias 14.4-5b; 8b)
Sim, Ele sarará os rostos descaídos, refará as almas estraçalhadas pela dor. Quando será tudo isso? Até quando Ele esperará por nós?
Ouvi-te em tempo aceitável, e socorri-te no dia da salvação. Digo-te, agora é o tempo aceitável, agora é o dia da salvação. (II Coríntios 6.2)

Deus está conosco?

Num momento tão adverso quanto os dias de hoje, em que já se vivem as dores findas, questões existenciais que há décadas eram relegadas ao esquecimento ganham proeminência. Pandemicamente, pessoas buscam sentido para suas vidas, muitas trilhando caminhos bastante questionáveis. Famílias esfaceladas, sangue vertido sem causa, faces aterradas, almas em andrajos; de um lado, um mundo apático, doutro, o falso escape pelo soturno submundo da violência e das drogas.

Mateus termina seu evangelho com uma das mais conhecidas citações bíblicas, em que Jesus diz:

“E certamente estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”

Diante dos males da pós-modernidade – se é que existe algum bem nela, existencialmente falando -, como se lê esse texto?

Já presenciei, pensativo, gente sincera questionar a presença de Deus em suas vidas. Igualmente vi outros não tão sinceros assim reiterarem as mesmas indagações. Onde está Deus em minha vida? “Somos também poeira cósmica” – Jöstein Gaarder -, e só? Não há nada por detrás das forças ocultas que cosem os átomos? Essas são só algumas das perguntas. Não tenho a audácia de propor-me a respondê-las, mas isso me lembra um texto de que quereria relembrá-los.

Não somos os primeiros a ter a sensação de estar nos últimos momentos antes do tétrico espetáculo da desfeitura de todas as coisas. Na época do rei Asa, Israel sofria angústias análogas. Naqueles tempos, não havia paz nem para os que saíam, nem para os que entravam, mas muitas perturbações sobre todos os habitantes daquelas terras. Em resposta a elas, a mensagem do Espírito, em II Crônicas 15:

“[…] O Senhor está convosco quando vós estais com Ele. Se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, Ele vos deixará.” (II Crônicas 15.02)

À primeira vez em que li esse versículo, meus olhos se abriram para uma verdade inequívoca. Estar com Deus ou não é muito mais uma questão pessoal que propriamente espiritual. Ouvi, certa feita, um trocadilho interessante de um ministro: Até em sua morte, Deus morreu de braços abertos. A presença de Deus é pervasiva; o cristianismo compreende Deus como um ser pré-existente, presente em todas as coisas. Paulo chega a dizer:

“[…] Pois nele [isto é, em Deus] vivemos, e nos movemos, e existimos.” (Atos 17.28)

Como Ele não estaria conosco? A Escritura responde: se não estamos com Ele. Independentemente de se considerar Deus uma pessoa – como o cristianismo faz -, uma força, uma energia ou um epíteto de um sistema moral, “estar Nele” torna-se sumariamente subjetivo. É mais uma escolha de caminho que propriamente uma manifestação corpórea. É demandar mais de si mesmo que de principados e potestades do ar.

No texto de Jeremias 30, o Senhor retoricamente pergunta por que se vêem os homens andando como se dessem à luz. Essa é a metáfora dos nossos dias. A dor nas faces aterradas e confusas é o revés de um parto. Medos e temores são lugares-comuns. A despeito disso, uma voz ecoa, quase não encontrando ressonância:

“Mas quanto a vós, esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, pois a vossa obra terá uma recompensa.” (II Crônicas 15.07)

Este mundo ainda tem graça

A graça é um convite, não uma convocação. É um convite a despeito da miséria do homem. É uma oferta que não considera os antecedentes do beneficiário. A graça é simples como simples são as crianças. O doador da graça não ignora a truculência humana, a violência gratuita, tampouco oferece uma vida de abastança aqui. É contra a opulência do mundo e a pobreza do eu que Ele oferece graça. Graça para os oprimidos, e por mais que isso violente o coração, também para os opressores. O que oprime mostra quão desgraçado é. Porque nós somos bem-aventurados, mas eles não têm paz, diz o Senhor. E por isso precisam de graça. De um favor imerecido. De uma bondade injustificável a modos humanos.
A graça não engana ninguém. Não vem com small prints, letras miúdas e incompreensíveis, ardis. O doador da graça só pede uma coisa: sinceridade e coração animoso. Mas Ele não espera que façamos isso sozinhos. Deixou-nos um ajudador, para que compreendêssemos que não é por força, poder ou mérito que se a alcança. A graça não oferece muitas respostas, mas profusas esperanças. A graça não livra; consola. Não desculpa; apaga o erro. Começa tudo de novo, num amável sorriso de quem não se cansa de ensinar.
Graça é, enfim, tudo aquilo de que mais precisamos. E tudo que nunca merecemos. Vale ressaltar que é de graça. A uma oração de distância.
“De sua plenitude, todos nós recebemos graça sobre graça. Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1.16,17)